Escrever é meu remédio, minha cama macia com edredom, minha canja, minha folga, vitamina C.
Foi por essa significação que eu – triste e tuberculosa – pedi: Mãe, você vai a Silbene? Traz um caderno novo pra mim?
Ela me trouxe e pra reforçar seu potencial de poesia, ela enfeitou a capa com fitas alaranjadas, cheias de energia, pra me dar ar de paixão.
Enchi o peito e comecei a escrever, escrever, escrevi...tava pronto o diário que seria o presente-registro, que mais tarde, contaria tudo pra minha vó – que é minha amiga e só não testemunhou minha tuberculose porque escondi, com medo de se assustar.
Essa história ia acabar aí, obra fechada, dedicada, assunto encerrado.
...mas eu tenho mania de grandeza, queria mostrar, me exibir.
Dei endereço ao diário, WWW, ponto...meu caderno da Silbene ganhou espaço no blogspot e lá fui eu comemorando cada comentário, email, pageviews...fantasiando os leitores imaginários.
Tava tudo muito bom, muito bem, era meu aniversário, o peito cheio de gás, o pulmão novinho em folha, eu feliz da vida com a minha vida!
Inventei: porque não imprimir o blog, xerocar, fazer uma capa bonitinha e vender pros amigos e conseguir grana e investir em pessoas tuberculosas hoje, como eu já fui...pessoas que não tiveram a mesma sorte que eu?
Porque não?
Sim!
Eis aqui minha obra, que é ‘tabajara’, mas é minha.
E que pode ser sua. É só me avisar!
Respiro Bem Fundo – O livro
R$30,00 - renda totalmente revertida:
critério de escolha:
- universo: Posto de Saúde Belizário Pena em Campo Grande (onde também fiz meus 6 meses de tratamento)
- amostra: família miserável, com mais de um membro contaminado com tuberculose pulmonar, de preferência crianças.