terça-feira, 18 de agosto de 2009

Maré

Você levou um tombo na rua hoje, vó, e voltou de alma ralada.

Vi no seu olho a vergonha chata de se sentir velha. Não quis te dar consolo, foi meu jeito de dizer 'Te Amo e não vou dar atenção pras sua fraquezas', só assim a gente finge que elas não existem.

Buba anda pela casa, cansada de ser gata e se deixando levar pelo cotidiano e certeza de morrer.

Dindamima tá tristíssima e sem canto pra sentir do jeito que ela sente a falta de ser mãe do próprio pai.

Meu coração fatiadinho tentando administrar elegantemente a chatice de estar no meio de uma desilusão amorosa...

É porque eu não gosto de falar palavrão e você detestaria ouvi-lo, mas seu eu falasse e você escutasse de bom grado eu diria:

Tá foda...

Mas como entregar os pontos não é o ritmo que as mulheres dessa casa seguem...vou te dar boa noite, te sorrir e tentar dormir...se é que esse barulho que a vida faz, vai deixar.

ARREGO!

Um comentário:

Ana Carolina Gil disse...

"É quando me sinto mais fraco que sou mais forte". Palavras na Palavra de Deus. E Deus ali, acolhendo cada uma de vocês: vó, neta, gata, dinda.
A maré vai mudar, e a calmaria há de chegar...
Verdade que nada do que foi será de novo do jeito que já foi um dia...
Mas nem por isso será tão delicioso quanto...
Tempo, tempo...