sexta-feira, 12 de junho de 2009

Ensolação

Tô deitada há horas tentando dormir.

Nesses meses em casa, foi inevitável: troquei o dia pela noite e como já era de se esperar ando acordando lá pelas 14hs, quando o mundo já deu voltas e a 'gente boa do meu Brasil' já ta na luta faz tempo...

Isso é bom, mas angustia, ás vezes.

Tem um poema da Adélia Prado que tem uma frase que ela 'fez pra mim' e toda vez que lembro, eu sinto uma conformação - do verbo resignar - tão inteira e boa...vou te contar:

"Lá o gado de Deus para pra beber água..."

E então eu me desenho uma vaquinha, malhada e mimosa no meio de um pasto largo, deserto e escoltado por um sol escaldante, daqueles que fazem a gente respirar difícil (mesmo quando se tem o pulmão inteiro) ...

As vacas e os bois idem, sabem que seu destino é pastar e que embora não pareça, isso tudo dá um trabalho danado.

Mas esse não é um gado qualquer, ele é de Deus e por isso ganha o direito de relaxar, respirar, descansar... bebe sua aguinha na sombra, pra só então pertencer a lida gordurosa e suada que é a vida.

A conclusão desse devaneio todo, vó, é o seguinte:
Esse tempo em casa, que a meus olhos as vezes incomoda, por ter roupagem ociosa, foi o break que Deus me permitiu pra matar a minha sede, me refrescar.

Vem mais sol por aí e pra segurar essas pontas, Ele sabe que eu precisei me irrigar pra dentro.

Tô prontinha e adubada pra nova estação.

Um comentário:

Anônimo disse...

estou sempre aqui acompanhando... Gabi