Tô deitada há horas tentando dormir.
Nesses meses em casa, foi inevitável: troquei o dia pela noite e como já era de se esperar ando acordando lá pelas 14hs, quando o mundo já deu voltas e a 'gente boa do meu Brasil' já ta na luta faz tempo...
Isso é bom, mas angustia, ás vezes.
Tem um poema da Adélia Prado que tem uma frase que ela 'fez pra mim' e toda vez que lembro, eu sinto uma conformação - do verbo resignar - tão inteira e boa...vou te contar:
"Lá o gado de Deus para pra beber água..."
E então eu me desenho uma vaquinha, malhada e mimosa no meio de um pasto largo, deserto e escoltado por um sol escaldante, daqueles que fazem a gente respirar difícil (mesmo quando se tem o pulmão inteiro) ...
As vacas e os bois idem, sabem que seu destino é pastar e que embora não pareça, isso tudo dá um trabalho danado.
Mas esse não é um gado qualquer, ele é de Deus e por isso ganha o direito de relaxar, respirar, descansar... bebe sua aguinha na sombra, pra só então pertencer a lida gordurosa e suada que é a vida.
A conclusão desse devaneio todo, vó, é o seguinte:
Esse tempo em casa, que a meus olhos as vezes incomoda, por ter roupagem ociosa, foi o break que Deus me permitiu pra matar a minha sede, me refrescar.
Vem mais sol por aí e pra segurar essas pontas, Ele sabe que eu precisei me irrigar pra dentro.
Tô prontinha e adubada pra nova estação.
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Um comentário:
estou sempre aqui acompanhando... Gabi
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